Por
Lara
Pertille
Preconceito é coisa de gente
ignorante. Sem cultura. Sem acesso a informação. E principalmente pessoa sem
respeito ao próximo. A transexualidade não é coisa da era moderna, como muita
gente pensa. Desde que mundo é mundo, existe. O que aconteceu foi que com a
conquista de liberdade as pessoas tomaram mais coragem para assumir exatamente
o que elas eram. Devemos ressaltar também que a medicina ajudou bastante nessa
parte; como transformações corporais, ajuda psicológica, tratamentos hormonais
e a resignação sexual.
Uma pessoa transexual ela não se
reconhece no corpo em que nasceu. É um transtorno. A mente não está acoplada
com o seu corpo. Onde o individuo não aceita seu órgão genital. E muitas vezes
passa uma vida inteira lutando contra isso. Tendo em vista que a fila hoje no
SUS (Sistema Único de Saúde) é enorme.
Mas, o ponto principal de uma pessoa
trans não é propriamente suas mudanças corporais, transtorno, definição de nome
social, e etc. A principal encruzilhada na vida de alguém que se reconhece
assim, é na sua exposição à sociedade. Isso porque ela estará marcada como um
gado de abate de corte. Julgamentos, pré-conceitos, interferência externa (sem
ser solicitada), pessoas querendo dizer o que é certo ou errado na vida alheia.
A principal exigência começa justamente de quem deveria amparar, a família.
O ser humano em geral tem o mau
costume de forçar as pessoas em se rotular. Macho, como o grande reprodutor.
Fêmea, como a grande procriadora. O que muita gente esquece, é que nem homem e
nem mulher podem por algum motivo se reproduzir. Seja ela por escolhas
próprias, ou alguma enfermidade.
Nos dias atuais as classificações
mais comuns são: Homem, mulher, “viado”. O problema é exatamente nisso.
Sexualidade não existe rótulo. Prazer não tem definição. Amor não tem sexo, tem
sentimento.
Muitos que aponta o dedo para o
próximo queria ter exatamente a mesma coragem, seja ela para se assumir como
tal ou se relacionar com uma. Mas a sua liberdade vive aprisionada dentro de um
corpo limitado.
O que devemos sempre na vida é
aceitar as escolhas de cada um. A condição sexual de cada indivíduo. E tomar as
rédeas de nossa própria história.
Respeitar é um dever. O velho ditado popular já dizia: “cada um cuidando
da sua própria vida. Sobra tempo pra felicidade”.
Não podemos esquecer que comemoramos
dia 08 de março é o dia Internacional da Mulher. Um dia simbólico por todas as
mulheres guerreiras, mãe/pai de família, mulher de apesar de todas as
adversidades da vida não desiste nunca. Mulher essa que protege seu filho como
uma leoa. Ampara seu lar como uma rainha. Mulheres essas como tantas outras e
de todos os tipos. Mulher negra, branca. Mulher alta, baixa. Mulher magra,
gordinha. Mulher com útero, sem útero. Mulher de nascença e mulher que se fez
mulher. Mulher trans. Mulheres que complicam e alegram seu lar a cada dia.
Lara Pertille, jornalista formada,
militante e palestrante da causa transexual.
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